O casamento é uma prisão?
Nem discuto isso porque para mim é a coisa mais evidente do mundo. Aliás, você jura diante de Deus, das testemunhas, que vai amar até o fim da vida. Não tem cabimento uma coisa dessas.
E isso é impossível?
Não acho impossível, mas acho impossível jurar isso. Como é que posso prometer uma coisa dessas? Tinha que ser: “Estou amando você, vamos fazer força para durar”. Agora, “Juro que vai durar a vida toda?”. É a repressão matrimonial. Ou seja, falamos da repressão sexual e agora da matrimonial, que é seguida pela repressão maternal.
Por trás disso existe um culpado?
Somos todos culpados. Porque você que se diz liberal está olhando para a sua amiga e se ela for meio galinha você é a primeira que dirá: “Olha aquela lá, que coisa”. Somos todos policiais do sistema. Todos vigiam todos para que ninguém faça o que todos gostariam de fazer. Somos todos carcereiros e prisioneiros.
E hipócritas?
Claro. Claro. Claro! Estou julgando o outro por algo que eu gostaria de fazer. Não só gostaria, como faz. Escondido. E mente. E diz que não.
Qual a solução?
Acho que sinceridade é a única solução que existe. Desde muito cedo: “Olha, gosto muito de você, mas enquanto nossa ligação nos proíbe de qualquer movimento amoroso você é meu inimigo. Então, se você não quiser ser meu inimigo, se eu tiver uma outra chance amorosa de boa qualidade, eu concilio”. Que o amor não seja uma prisão recíproca, porque ele se transforma imediatamente em exigências implícitas.
O que impede que nos amemos?
Primeiro: as diferenças sociais. Isso gera revolta, ressentimento, depressão. A nossa trama social é envenenada. Preciso ter certeza de que você não vai me machucar, somos extremamente defensivos, desconfiados, ansiosos e medrosos. A segunda fonte de separação nas pessoas vem da sua infância. Qual é a palavra que criança mais ouve? “Não”. Quase tudo que é espontâneo e livre não pode. Esses dois fatores tornam o homem desconfiado e incapaz de amar. Está esperando a hora que o outro vai machucá-lo. Esse é o contexto que torna o amor tão difícil.
Leia na Tpm # 48: Gaiarsa fala sobre monogamia, o médico austríaco Wilhelm Reich, explica o que é repressão maternal e reflete sobre o tema central desta edição: consumo
E altamente recomendada a coluna da Mulher Solteira deste mês: “Como é deliciosamente charmoso um homem sensível e vulnerável… “
Putz, parece muito boa mesmo – até porque concordo 100% com tudo o que você disse aí em cima (e mais algumas coisas). Vou dar uma olhada. 😉
Agora há pouco passou no “Jornal da Globo” uma matéria sobre um novo tipo de balada em Sampa, que é pista de dança após uma sessão de cinema. Mostraram uma ruiva sorridente de óculos dançando, e eu fiquei achando que era você. Era ?
Não, não era não. Eu não uso óculos, uma vez comprei uns num brechó mas tirei as lentes, era apenas para montar o figurino nerd pra uma festa.
Mas, voltando ao que interessa, onde é esta balada?????
Desculpe, ficarei lhe devendo essa informação. A Globo não mostrou o nome ou o endereço da casa, só disse que é a “última moda” em Sampa. No último suplemento feminino (22/10) do Estadão saiu uma entrevista muito interessante exatamente sobre esse assunto do casamento.
Isso tudo depende da definição de casamento que você tem. Essa é uma “prisão” da qual você tem as chaves e você e seu parceiro/a é quem [não] fazem as regras. A propósito, defina meio galinha. 🙂
Abaixo o matrimonio!!!
po tdb as informações acima, a linguajem e… po tudo.
:);)