Há um tempo atrás, em um comentário, alguém disse que eu simplesmente dizer que este é o meu blog e eu falo o que eu quiser não era argumento. Que eu devia explicar direito o que eu queria, já que eu já tinha escrito argumentações muito melhores que esta. E eu fiquei de postar um post a respeito deste assunto, mas nos rolos da Nokia acabei deixando pra lá.
E ultimamente vem esta cobrança denovo. Gente me pedindo satisfações ou explicações sobre o que eu faço ou deixo de fazer. Então eu vou explicar porque eu não respondo e porque tanta gente me detesta.
Tem gente que acha que o fato de eu ser conhecida, ou formadora de opinião, ou líder de comunidade, eu deveria não falar x ou y. O que pra mim é uma tremenda contradição. Se as pessoas me ouvem, não é exatamente porque elas sabem que eu falo o que eu penso, e não vou deixar de falar porque virei isto ou aqui? E que se elas já me ouviam e continuam ouvindo, eu devo estar falando alguma coisa verdadeira?
Geralmente, homens parecem ser mais sensíveis a respostas ríspidas vindas de mulheres do que de outros homens. Isto eu já reparei muitas vezes. Os caras estão ali se xingando a horas, mas se você dá uma resposta atravessada, pronto, é o fim do mundo. E nem importa se eles estavam dizendo que você é uma feminista marxista ou deliberadamente fazendo trollagem no canal e foram banidos. Isto só vai servir para provar que você é autoritária, arrogante, megera, estas coisas que vocês sabem como é. E também, eles não repararam que eu não estou nem um pouco interessada em ser unanimidade, politicamente correta ou amada por todos. Pelo contrário, se um troll me odeia, eu fico é muito feliz, porque isto mostra que eu sou uma pessoa sensata.
Por exemplo, o Patola. O Patola, conhecido pelo Efeito Patola, até mereceria meu respeito pelo fato de ele assumir quem é, e assumir que é chato. Mas convenhamos que ele tem sérios problemas para dizer o que os outros devem ou não devem fazer. Afinal, ele é conhecido pelo desejo de morte ao Slackware, enquanto acha que eu não posso dizer que não gosto de Debian. “Não gosto”. Não desejo a morte, apenas não é pra mim. Mas a grande prova que ele queria que somos autoritárias e um movimento perigoso foi quando um dia no canal ele foi banido. Estavamos todas no canal, algo raro, porque foi previamente combinado, umas duas semanas antes, com uma jornalista de Barcelona que queria entrevistar todas. Todos no canal estavam sabendo, todo mundo arrumou tempo e largou outras coisas para estar lá no horário combinado. Como não podia deixar de ser, o Patola viu uma oportunidade de aparecer, e começou a querer debater as opiniões no canal, atrapalhando a entrevista. Viu, entrevista, não debate. Após duas tentativas minhas e mais duas da Renata de tentar fazer ele parar de atrapalhar, foi banido. E obviamente este é um sinal de que somos fascistas. Não é fantástico?
Alias, todo este lance do Debian é outro exemplo. Neste aí eu realmente podia ter sido mais clara. Mas mesmo que eu dissesse “eu segui as orientações do Maçan, e quando fui tentar entender o sistema, não existia o comando man nem as manpages estavam instaladas, eu não entendi o dpkg”, também iriam me xingar. Então, dane-se, eu amo meu Slackware mesmo.
Eu não explico primeiro porque não tenho paciência. Segundo porque eu não me sinto na obrigação de dar explicações. Isto eu dou pra minha mãe, pros meus chefes, pros meus amigos. E mesmo assim, poucas vezes. Eu explico uma vez, ou justifico. Se for o mesmo assunto, tentar explicar novamente só se for alguém muito importante. A terceira vez, nem pensar. E claro, isto pra quem eu acho que merece explicação. Sabe porque? Porque não adianta.
Todo mundo sabe que tem muita gente que quer apenas tumultuar, não debater. Que quer apenas aparecer, não construir. Que se dói imensamente pelo fato de o Linuxchix ou eu de vez em quando aparecer em alguma notícia. E poxa meninas, é tão obvio que qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa que vocês expliquem não terá validade, que eu me admiro vocês perderem tempo e energia. Pensem, o Linus Torvalds vive sendo xingado “porque fez apenas um kernel”, o Morimoto, o Stallman então nem tem mais graça. Como o próprio Morima fala, “quando um cachorro late enquanto você passa, você não vai ficar bravo com o cachorro; vai entender que ele é uma criatura limitada e que não vai entender”. Ou num provérbio chinês mais adequado: “não adianta querer ensinar um porco a cantar, você perde seu tempo e incomoda o porco”.
Ficar querendo se explicar pra troll é insano. Tudo que você falar vai ser usado contra você. Tudo que você disser vai ser cuidadosamente montado para parecer que você só falou coisas ruins e no fim das contas eles é que foram vítimas. Óbvio que não vão postar as provocações, vão postar só o que interessa. E o que eles querem é isto, que você dê atenção. Enquanto você responde, eles atingiram seu objetivo. Veja, eles estão dando pulinhos de alegria porque eu tirei sarro deles. Sim, porque isto significa que eu estou irritadíssima com eles e então eles tem razão. Não é o máximo?
Por favor né meninas. Alguem que acha que a Bani faz Administração e que nem deve saber o que é produto vetorial, como se isto fosse o fundamento da computação, merece toda esta atenção? Ou vocês concordam que é um calouro que acabou de entrar na universidade, tá deslumbrado e nem se tocou que entrar é fácil, quero ver sair???
Alias, acho que os índices de popismo, como diria o Verde, são definitivamente estabelecidos quando você ganha uma página I hate you. Eu achei o máximo. E vocês estão se apegando as asneiras que eles falam. Sabe o que eles conseguiram??? Triplicar o número de acessos no site. Duplicaram os acessos aos artigos, palestras. Fazia tempo que eu não recebia tantos pedidos de ajuda em qmail, Slackware, drbd. Provavelmente vai ser um dos maiores públicos no evento deste ano. Vocês realmente acham ruim isto? As críticas são tão tendenciosas que tem o efeito contrário, olha que maravilha.
Então o conselho que eu dou pra vocês é: parem de querer se explicar pro mundo. Isto não funciona, isto é insano e perda de tempo. Explique-se para você mesmo. Estou fazendo certo? Estou prejudicando alguém? Se você se sentir tranqüilo na consciência, se pergunte se a pessoa que está pedindo satisfações merece que você gaste seu tempo explicando, e também se você já não fez isto. Sim, porque infelizmente tem muita gente que se abusa do direito de ser amigo ou parente e quer escravizar você com isto, exigindo que ou você se explique eternamente ou você não é digno de confiança. Eu acho que se eu já expliquei uma vez, e se já me conhece, já tem condições de decidir isto. Eu não vou ficar explicando eternamente. Chega de blá blá blá, lembra? Falei isto mais de dois anos atrás.
E se a pessoa que está pedindo satisfações não tem o menor direito de pedir isto, porque se incomodar? Você já sabe que não vai adiantar, você já sabe que tudo que você disser vai ser manipulado de forma a contribuir para o que te acusam, porque você ainda vai dar munição?
Como eu sempre falo, não tem o que fazer eu te arrumo.