Depois da palestra da Kathy Sierra, ainda assisti a palestra do Flumotion, um servidor de streaming feito em C e com interface Python e GTK. Achei fantástica a facilidade de configuração. Você pode utilizá-lo para fazer streaming, gravar em disco nos diversos formatos: ogg, vorbis, mpeg, com audio separado ou não. O palestrante, Thomas Stichele, configurou um serviço de streaming na hora, com uma câmera simples. Depois fez a mesma configuração em um computador do projeto OLPC, e funcionou da mesma forma. O delay aí foi grande, entretanto.
Depois do almoço, minha gripe atacou e não consegui assistir nenhuma palestra, fui comprar remédios e fiquei conversando com a Pia. Depois ficamos esperando do lado de fora do teatro enquanto eles arrumavam tudo lá para a cerimônia de encerramento. Quando entramos, recebemos dois bastões fosforecentes, um verde e um vermelho. Nos sentamos, e começaram os agradecimentos, aos patrocinadores, aos volutarios, aos voluntarios que mais se destacaram.
Vários sorteios, como foi durante o evento. Notebooks Vaio, um servidor IBM, vários brinquedinhos eletrônicos. Depois, chamaram todos os palestrantes para o palco, e disseram ao público que fizessem perguntas aos palestrantes.

No começo o público parecia tímido, e começaram com perguntas tipo KDE x Gnome, Vi x Emacs, até que chegaram na GPL 2 ou 3, o que provocou um “uuuuuuuuuuuuuuu” nos palestrantes, e a maioria preferiu não se manifestar. Um único falou a favor da GPL 3, apenas um comentario “GPL 2 ou superior”, no que não foi aplaudido nem apoiado, mas também não foi vaiado. Com o tempo as perguntas foram surgindo, debates sobre Microsoft, interesses em novos projetos depois das palestras, assuntos para o proximo ano. Durou uma meia hora, e foi muito divertido.
Chamaram então Donna Benjamin, que vai ser a coordenadora do LCA 2008. Um dos segredos do evento para estar sempre bombando é que a cada ano mudam a cidade e a equipe de organização. Isto é facil porque o evento tem um HOWTO, que ajuda quem vai organizar o próximo aprender com a experiencia dos passados. Como a Pia me disse, cada ano uma equipe se mata para fazer o evento, e não tem problema porque vai ser só aquele ano. O evento é impecável. Eles gostam de afirmar e comprovar todo o tempo que tratam os palestrantes como estrelas de rock. Somos mimados ao extremo. E pela audiência também, eles são super gentis, continuadamente vem te agradecer pela palestra, dizer que foi muito instrutiva ou inspiradora. Neste evento vc não tem dúvida que os patrocínios foram utilizados para o coffee break, para o kit do participante, para os premios, para a viagem dos palestrantes. Todos os palestrantes são convidados para o jantar dos palestrantes ou para os eventos oficiais da conferência, não apenas os amigos ou protegidos. E na cerimonia de encerramento, nada de discursos políticos ou rapapés para “celebridades” promovidas a hackers. E eu que achei que na India era diferente, agora acho que o diferente é só no Brasil mesmo.
Depois de tudo isto, nos contaram para que eram as barras fosforecentes: para jogarmos Space Invaders.


Verde move para esquerda, vermelho para direita. Infelizmente não funcionou… pena… Bom, depois da cerimonia, super divertida, fui trocar de roupa rapidamente no hotel e ir ao Penguin Dinner, oferecido por IBM e HP. A gripe atacando ao máximo, mas que seja, não ia perder a festa de encerramento. Leilão, fotos e retrospectiva dos eventos anteriores. O dinheiro do leilão do cartaz com a assinatura dos palestrantes é leiloado, assim como outros items. A organização dobra este valor. Outros grupos, pessoas e entidades, como a Universidade de New South Wales, vão dobrando o valor, e este ano uma doação de 80 mil dólares americanos foi feita a instituição responsável por recuperar a colônia de pinguins próxima a Sydney. O jantar era divertidíssimo, embora eu tenha esfolado meu nariz devido ao resfriado. Cada mesa tinha um peso segurando 3 balões cheios de gás helio, e muitos ainda tinham os bastões fosforecentes da cerimonia. Some isto a um bando de nerds se divertindo, e vc terá muitos bastões fosforecentes voando pelo salão amarrados nos balões sem peso, ou garrafas de vinho vazias cheias destes bastoes, ou ainda, drinks fosforecentes.

Depois a festa continuou no andar de cima com muita música até a 1 e meia da manhã. Realmente, geeks e dança não são exatamente uma boa combinação, mas posso garantir que era hilário. Para terem uma noção, algumas pessoas constatavam espantadas que “você sabe dançar! eu não faço a menor ideia de como coordenar meu corpo com a música”. Mas o legal é que a maioria não se importava, estavam ali para se divertir. O pessoal do Flumotion fez o jogo funcionar, e logo se formou uma competiçãozinha. E a noite terminou comigo inalando gás hélio e cantando Fear of the Dark. Memorável, realmente.
Donna, coordenadora do próximo ano, veio falar comigo para eu incentivar mais linuxchix do Brasil a enviarem propostas. Fiquei surpresa hoje quando comentei na lista do Linuxchix Brasil que o evento cobre as despesas, e que a maioria das pessoas não imaginava. Sim, a maioria dos eventos prevê cobrir despesas de palestrantes. E com toda esta descrição, alguma dúvida que vale a pena?