Ô lá em casa

Nhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahahahahhahahahahahah

“Claro que você, caminhando lindamente pelas ruas, já deve ter ouvido um: “Ôôô, lá em casa…”. Não é fácil aceitar como elogio, já que a cantada é tão democrática. Se é assim, estreamos esta coluninha para homenagear os moçoilos que cruzam nosso caminho…. Encontrou um bonitão no farol querendo te vender flores ou chocolates? O cara que foi consertar sua pia podia estar na passarela do SPFW? Apresente seu “Ô, lá em casa” para nós.” Revista TPM, fevereiro 2007.

E este mês, o “Ô lá em casa” foi contribuição minha 😀 Na volta de Ilha Grande, no carnaval, como a pousada ficava um pouco longe do cais, chamamos um carregador para ajudar. Um rapaz super simpático e falastrão, até que ele mencionou que já morou em São Paulo também, quando era modelo… foi então que eu prestei a devida atenção. Eu estava muito bem acompanhada, o que atrapalha ainda mais meu radar já defeituoso. Mas me lembrei da coluna, e lá fui eu tirar uma foto. O sucesso foi tanto que eu ganhei uma assinatura de um ano! \\o/ Justo este mes demorou pacas, mas pude conferir minha contribuição 😀 página 102, pode olhar os créditos da foto. Devo dizer que tá muito melhor que o ensaio do mês…

A TPM é uma revista estranha, de fases. Tem meses de arrasar, como o calendário com as melhores fotos dos ensaios do ano, da reportagem “Sem maneiras de mudar seu corpo em duas semanas”. Tem também umas fases meio gay, com excesso de fotos de mulher e matérias sobre isto. Ultimamente, deve ter alguma grávida na redação, com tantas matérias sobre isto, embora tenha uma coluna impagável de idéias para como criar um filho gay – tipo dar uma boneca Drag Ken. Mas só a minha contribuição lá já valeu o mês 😀 Para quem quiser conferir, tá na internet também neste link. Até usaram um pedacinho da minha descrição do moçoilo. Nheeeeeeeeeeeeeeee 😀

Advertisement

Lithium

“ It’s not literal, it’s not literal about the drug for me, I’ve never taken lithium before. It’s sort of a metaphor about numbness and happiness and sort of like, it’s me looking at happiness in a negative way because I’ve always been, you know, kind of afraid to be happy. Like with the band and the art and everything else, it’s always like I’m never letting myself break through into the happiness it seems like, because it’s not cool or something. And describing happiness is lithium, it’s like saying ‘that’s numbness, I won’t be able to be an artist anymore if I’m happy’, which is hilarious because that’s just not true, I’m happy. So it’s like this fight within the song of like ‘do I do this and get out of here and get happy or do I wallow in it like I always do?’ and it’s cool because at the end of the song I say ‘I’m going to let it go’, like I am going to be happy. ”

—Amy Lee, MTV Italy

my favorite game

I don’t know what you’re looking for
You haven’t found it baby, thats for sure
You rip me up, you spread me all around
In the dust of the deed of time

And this is no case of lust you see
Its not a matter of you versus me
Its fine the way you want me on your own
But in the end its always me alone

I’m losing my favorite game
You’re losing your mind again
I’m losing my baby, losing my favorite game

I only know what I’ve been working for
Another you so I could love you more
I really thought that I could take you there
But my experiment is not getting us anywhere
I had a vision I could turn you right
A stupid mission in a lethal fight
I should have seen it when my hope was new
My heart is black and my body is blue

And I’m losing my favorite game
You’re losing your mind again
I’m losing my favorite game
You’re losing your mind again

I’m losing my baby, losing my favorite game
I’m losing my favorite game (losing my favorite)
You’re losing your mind again (I try)
I try but you’re still the same (I try)
I’m losing my baby
You’re losing a savior and a saint

Momento Ultra Mulherzinha

Que o mundo das vitrines pensa que todos devem andar uniformizados não é novidade para ninguém. Acredito que eles até devam ter seus motivos, fazer coisas personalizadas pensando em todo tipo de ser, sabendo que a maioria das pessoas quer mesmo se vestir igual a todo mundo que está na TV. Mas sabe, as vezes é realmente chato.

Um exemplo que acredito que muitos dos leitores deste blog nem imagina ou enfrenta, é a moda atual de sutian disponível em 99% das opções. Absolutamente todas as lojas tem muitas cores, mas os modelos são sempre iguais: bojos e power-ups que prometem unir, arredondar, aumentar e fazer todo o possivel para que você pareça que acabou de colocar uns 300ml de silicone. Que mulheres são eternas insatisfeitas não é segredo, mas o que fazem mulheres que não querem isto? É, aquelas que estão perfeitamente satisfeitas e não acham que vale a pena ficar se apertando nesta área tão sensível. Urgh, existem aquelas opções pavorosas daquele tecido cor da pele, que parece uma meia calça.

Estes dias encontrei uma loja maravilhosa. Peças lindas, aparentemente de uma renomada estilista que veste as BBBs nos ensaios, segundo o site. Mas faça-me um favor, 160 reais por um sutian é sacanagem. Tudo bem que é lindo, com dupla camada de tule e foi uma das coisas mais sexies que eu provei nos ultimos tempos, mas como diria a Nat, não.

E felizmente, quando achei que tudo estava perdido, encontrei uma loja que tinha dois modelinhos de tecido, babadinhos, de cores lindas, perfeito. E num preço acessível. Nada como um presentinho pra si mesma para animar a semana. E para maximizar o momento frescura, um gloss (outra coisa que aposto que a maioria dos leitores deste blog não sabe o que é) de cereja com efeito Halls. Ui.

FISL

Bom, de volta do FISL. Prometi pra mim mesma fazer posts diários, mas foi impossível. Me sinto como se estivesse trabalhando praticamente 24hs por dia. E sabe o pior? Eu adoooooro. Eu estou trabalhando tanto que estou ficando mal humorada. Mas não exatamente por estar trabalhando tanto, mas porque estou tão imersa que qualquer coisa que me disperse me irrita.

Mas vamos as impressões gerais. O evento parecia mais cheio de stands e pessoas do que o ano passado, mas a Fiergs é cruel. Longe de tudo, comida cara… isto vcs já estão cansados de saber. Agora, sem conexão wireless foi demais. Espero que encontrem algum lugar em meio a civilizacão e com conexão wireless. Senão, o ritual migratório não é bem sucedido…

Embora eu tenha lido em algum lugar que o número de mulheres estava maior, minha impressão foi absolutamente contrária. Fiquei muito triste de ver muito poucas mulheres nas salas e circulando pelo evento. Bom, estamos programando o próximo evento Linuxchix, e espero que isto não afete. Mas a organizacão bem que podia divulgar os números em estatísticas como o BR-Linux faz.

Mas teve os pontos altos. Para mim foi receber as boas vindas oficiais da Intel. Com a definićao da minha contratacão, vieram Peter Kronowitt e Hemanth para me conhecerem e conhecerem a comunidade. Me contaram de muitos projetos e iniciativas que eles e outros fizeram dentro da Intel, para investir em open source. Tem coisas fantásticas, eu fiquei ainda mais empolgada pelo trabalho. Tem muitos brinquedinhos vindo por aí, como uma linha de dispositivos móveis. Bom que a galera já está ligada 😀 mas logo logo vocês vão ter analises fresquinhas em primeira mão. Eu vi tambem hoje as propostas, e minha primeira pergunta foi “can I play???”

Eles ficaram muito satisfeitos com o que viram. Os pontos altos para eles eu sei que foram a palestra do Keith Packard, o elogio do Aaron Seigo (que disse que comprou o notebook que tem exatamente porque os drivers da Intel eram livres), as conversas com o Helio, os churrascos do Vaz(que foi até mencionado na reunião do grupo hoje por eles), e a palestra do Jono Bacon. Ele falou no blog dele que eu sou muito sarcástica. Bom, eu adoro ironia mesmo. E para melhorar, Jono, vou deixar este post em português porque assim você nao vai entender o que eu falei 😀 e se alguem traduzir, você vai saber que na verdade era só pra te deixar curioso. A palestra dele foi super divertida, está entre minhas palestras favoritas, junto com a da Kathy Sierra e o do Tim Pritlove do Chaos Computer Club. Torćo para que o video esteja disponível logo. Mas enquanto isto, tem o video da palestra dele na LCA para quem quiser conferir.

Lá no stand da Serpro vi o Classmate e o OLPC lado a lado. Devo admitir que a interface do Metasys é extemamente mais desinteressante que a do OLPC, embora eu pessoalmente não tenha entendido os simbolos dos botõezinhos. Mas fiquei feliz de conhecer um dispositivo que vem no Classmate que é como uma prancheta de desenho. Na verdade é um leitor infravermelho (acho) que quando posicionado em frente a caneta, vai copiando o que ela faz em uma imagem. Serve tanto para desenho, quanto para caligrafia e coordenacao motora. Soube que este é um dos itens que mais está fazendo sucesso. Porém agora com um trabalho sendo feito com o time do Ubuntu, creio que vai ficar mais bonitinho também na interface gráfica. Isto mesmo, o Ubuntu está sendo portado para o Classmate. Este será um dos temas do Ubuntu Education Summit, a ser realizado dias 3 e 4 de maio em Sevilla, Espanha. E eu vou lá ver como é que vai ser isto, olha que chato 😀 Eu acho que ambos os projetos tem pontos fortes, e que o OLPC sem dúvida tem recursos sensacionais, como a rede Mesh. Mas o Classmate também está bem na foto.

Bom, tenho mais coisas para falar mais tô com sono. Meu desktop morreu, a bendita compania telefonica disse que nao recebeu o pagamento do Internet baking, meu cartão foi clonado e acabei perdendo dinheiro com uma carteira que ganhei, pois queria usar mas ela era muito pequena. Então preciso tambem botar a vida em ordem. O que está difícil com tanta coisa fascinante para aprender e fazer, mas vou me obrigar a fazer. Só posso dizer que estou adorando, e como falei para eles, eu me sinto “entrando numa sociedade secreta dentro de uma sociedade secreta”.

Poison Heart

No one ever thought this one would survive
Helpless child, gonna walk a drum beat behind
I lock you in a dream, I never let you go
I never let you laugh or smile, not you.

Well, I just wanna walk right out of this world,
´Cause everybody has a poison heart
I just wanna walk right out of this world,
´Cause everybody has a poison heart.

Making friends with a homeless torn up man
He just kind of smiles, it really shakes me up.
There´s danger on every corner but I´m okay
Walking down the street trying to forget yesterday.

Well, I just wanna walk right out of this world,
´Cause everybody has a poison heart.
I just wanna walk right out of this world,
´Cause everybody has a poison heart,
a poison heart, a poison heart, a poison heart … yeah!

You know that life really takes its toll
And a poet´s gut reaction is to search his very soul
So much damn confusion before my eyes,
But nothing seems to phase me and this one still survives.

I just wanna walk right out of this world,
´Cause everybody has a poison heart.
I just wanna walk right out of this world,
´Cause everybody has a poison heart,
Well, I just wanna walk right out of this world,
´Cause everybody has a poison heart.
a poison heart, a poison heart, a poison heart.
a poison heart, a poison heart, a poison heart.

Ramones, of course.

Inside Intel

A maioria que não aguentou a curiosidade e veio me perguntar, já descobriu. Não quis postar no Intel_4c_100tag.jpgmesmo post porque o anterior acabou ficando palha. Mas estou agora trabalhando para a Intel, como Gerente do Programa de Estratégia Linux para América Latina. E como primeira tarefa, preciso achar um termo para abreviar isto…

E o que este nome quer dizer? Segundo definição oficial da Intel, “é responsável por criar e manter uma estratégia Linux compreensível para a America Latina que leve em conta todos os aspectos do mundo Linux, incluindo elementos chave na comunidade, governo, padrões e distribuições comerciais“. Isto significa em parte o que eu já faço: acompanhar o que acontece no mundo Linux e Open Source, ir a eventos, fazer palestra, falar com pessoas, escrever matérias. Mas significa também ouvir a opinião da comunidade sobre os produtos e iniciativas da Intel nesta área, o que está indo bem e o que poderia melhorar. Quais projetos e eventos apoiar. Significa fazer apresentações em empresas e orgãos públicos, ou acompanhar a equipe que irá apresentar. Também significa saber todas as novas tecnologias e ver detalhes técnicos de cada uma, para saber como melhor aproveitar, como melhor apresentar.

Não que isto seja novidade para a Intel. Ela tem diversos projetos, incluindo a equipe do Open Source Technology Center. Os drives já passaram por reformulações para não incluirem nenhum daemon bizarro proprietário, além de diversas outras contribuições dos engenheiros da Intel ao kernel. O Classmate teve o Mandriva e outras distribuições portadas, a fundação Xen está recebendo suporte, para mencionar algumas poucas das maiores iniciativas. Meu primeiro passo será ser treinada em nas tecnologias de virtualização e novos projetos de melhorias em mídias e navegação na Internet. Chaaaaaaaaaaaaaato 🙂 E enquanto isto, ir fazendo tudo que foi especificado ali em cima. Trabalhando com por exemplo Danese Cooper, diva do Open Source. Além de diretora e tesoureira da OSI – Open Source Initiative, ela trabalhou durante anos na Sun e foi uma das responsáveis por exemplo do surgimento do Open Office, entre outros projetos. Tenho certeza que se hoje em dia o Java é livre, ela teve muita influência. Atualmente, Danese é evangelista e conselheira para investimentos e projetos Open Source da Intel. Certamente irei buscar ajuda com ela. Além de conhecidos de longa data, como o Luís Claudio – ex Conectiva, me ajudou muito e continua ajudando com relação a HA -, trabalham lá Val Henson, Keith Packard. Certamente vai ser divertido.

Fora isto, entre projetos internos que me chamaram mais a atenção, estão os ClubHouses – laboratórios que a Intel monta em escolas – e o Girl’s Day, onde meninas vão ouvir de colaboradoras da Intel sobre a área de tecnologia em geral. Imagina se eu não vou querer participar 🙂

Durante o FISL, Peter Kronowitt vai apresentar as “Inovações de Tecnologia através de Código Aberto“. E eu vou participar da mesa Freedom and Choice: Understanding and Discussing the Open Source Community, com Bruno Souza, o Javaman. Assim, quem estiver por lá, se interessar em ouvir, tiver alguma pergunta ou comentário sobre o envolvimento da Intel, por favor nos procurem! Estou começando ainda e tenho muito o que descobrir e mapear do trabalho da Intel, então quaisquer críticas ou sugestões são bem vindas. E agora, ao trabalho!

-en

I said previously I was leaving EDS to start a new role. So, I’m glad to say I’m inside Intel, as the Latin America Linux Strategic Program Manager for the Open Source Technology Center. My very first task is to find a term to describe this in a short way 🙂

And what that huge name mean, by the way? According to Intel’s official definition, “She is responsible for creating and maintaining a comprehensive Latin America Linux strategy that takes into account all aspects of the Linux environment, including key elements around the community, government, standards, and vendors.” This means much of what I already do: stay aware of what is happening on the Linux and Open Source scenario, going to conferences, giving talks, talking to people, writing articles. But it also means getting to know what the community thinks about the products and projects of Intel on this area, what is going great and what could be better. Which projects and conferences to support. It means giving presentations on companies and government, or supporting the team who will be giving it. It also means knowing all the new technologies and technical specifications, to know how to take advantage of those in Linux environments, and how to present them better.

This is not new for Intel. The company has lots of Open Source oriented projects, starting by the Open Source Technology Center team. The drivers for wireless cards were recently released without the proprietary daemon, turning them candidates for being in the official kernel. Mandriva Linux and other distributions are running on the Classmate PC, the Xen Foundation is receiving support, just to mention a few initiatives. My first step is to be trained in new virtualization, sound, video, and Internet technologies. Sooooooo boring 😀 Meanwhile, I will keep doing all the things said before. I will be working for example with Danese Cooper, the Open Source diva. Besides Open Source Initiative director and treasurer, she worked for Sun and was one of the main responsible for several projects, like OpenOffice. I’m sure that if Java is free nowadays, she had a lot of influence for this to happen. I expect to work with her a lot. Besides some old friends, like Luís Claudio – who helped me and keeps helping with HA – there are people like Val Henson and Keith Packard working there. Sure will be a lot of fun.

Besides that, there are a lot of projects I’m interested to, especially the ClubHouses – laboratories Intel gives to schools – and the Girl’s Day, where girls go listen to Intel female employees about the IT.

Next week, on FISL, Peter Kronowitt is going to present a session about “Intel’s Technology Innovations through Open Source“. And I’m going to join the panel Freedom and Choice: Understanding and Discussing the Open Source Community, with Bruno Souza, the Javaman. So, if anyone else there is interested in hear more, have any questions or comments about Intel involvement, please look for us. I’m just starting, there are a lot of new things, and I’m just beginning to find Intel’s work, so any suggestions are welcome. And now let’s work!

Sobre vida…

O que era para ser um post tradicional de 1o de abril, dia internacional da mentira, foi levado com muita seriedade por algumas pessoas. Ainda não acostumados com o que acontece na internet neste dia, com RFCs implementando o protocolo via pombo correio, Linus Torvalds no FISL falando sobre GPLv3 e o Gmail Paper, as pessoas realmente acreditaram que eu poderia estar indo trabalhar na Microsoft.

Este já era um fato esperado por mim. O grande segredo do sucesso do post foi: o primeiro parágrafo é a mais pura verdade. Não coincidência, todos os gaúchos acreditaram, pois é por lá que andaram espalhando que eu havia sido contratada, paga, comprada, sei lá o que. O que me espanta é outras pessoas acreditarem. Pensa comigo, se alguem chega e te diz: “Olha, fulano é um traidor, um vendido, não conta pra ninguém que eu te contei, mas se quiser pode espalhar”. Se a pessoa quer que se espalhe, mas não quer que você diga que ela que te disse, qual a probabilidade de isto ser verdade?

É claro que isto não tem a menor importância quando se quer arranhar a imagem de alguém. E nem seria necessário apontarem nomes, todos estes tipos de boatos tem origem comum entre uma turma. Sempre achei sensacional o tempo que eles dedicam a cuidar e falar da minha vida, deve ser mais interessante que a própria. E é engraçado ver a evolução. Ano passado, no FISL, foram dizer ao representante da Microsoft, com quem eu já havia conversado pela internet e estava curiosa para ouvir e ver as respostas às pergutas, que eu, entre mais uma galera, iamos depredar o stand. Depois, viramos comprados, subornados. E por aí vai… Até posso chutar que a motivação para o boato atual foi o post O Brasil é a grande estrela do SL… não é?

Estas semanas o Helio me falou: “Você parece blindada, Tu recebeu ataques e deixou que soubessem um monte de coisa de você que poderia ser bem ou mal usada”. Mas o lance é exatamente este, eu não tenho o que esconder. Eu aceitei o patrocínio da Microsoft para o evento da Linuxchix, por exemplo. É discutível? Certamente. Mas eles aceitaram as regras do evento, se restringiram a falar sobre open source. E todos os palestrantes receberam transporte, hospedagem, coffee break, camiseta… nenhum deles ficou se perguntando “onde foi o dinheiro?”. E olha que o patrocínio era 10x menor que o cobrado geralmente pelos eventos. Quer dizer que eu não devia ter aceitado dinheiro deles? Pode ser. Mas fiz às claras.

O fato de eu ser blindada contra estas coisas é apenas isto. Não tenho nada que esconder. Não falo nada de ninguém que não falaria na cara. Eu me garanto em cima do meu próprio trabalho, não faço escada. Ao contrário, uso meu trabalho sempre para ajudar outros. Isto é uma lição ótima profissional, compartilhe o máximo os seus conhecimentos. Isto vai lhe obrigar a seguir sempre em frente, buscar mais conhecimentos e se atualizar, porém não lhe amarra. Conheci pessoas que há mais de 15 anos faziam exatamente o mesmo trabalho, e que mais ninguém sabia porque não compartilhavam. Só que também não podiam aproveitar outras oportunidades, pois não podiam sair dali. Geralmente, não é isto que se quer…

Também não tenho a menor intenção de ser unanimidade. Felizmente, um dia percebi que agradar a todos era impossível. Impensável, não dá, não tem como. Você tem que fazer o que você acredita ser o melhor e pronto. Se não foi a melhor ação, a melhor idéia, a melhor resposta, foi o melhor que você achou que podia fazer naquele momento. Aprende-se, da próxima vez será melhor. E se foi o melhor, ue, nada mais justo que reconhecer.

Ah, e uma outra lição de vida: o mundo dá voltas. É um clichê básico, mas muita gente se esquece completamente disto quando está por cima. Todas estas lições de vida compõem um bom carater, mas muitas pessoas que não ligam para o caráter se esquecem que isto tem valor prático também. O que vai acontecer com você quando você estiver por baixo depende do que você fez quando estava por cima. Tem muita, muita gente que te ignora se você for peão, se você não tem uma descrição comprida no cartão de visitas. E se esquece que este pessoal amanhã vai ser gerente. Simples né?

Ah, quase ia me esquecendo: tem outra coisa naquele post que é verdade. Eu saí sim da EDS, sexta feira foi meu ultimo dia. Foi uma experiência que eu tenho certeza que vai fazer muita diferença na minha vida profissional. Fiquei triste de deixar os amigos, sempre dá aquele gostinho estranho de estar indo para uma coisa melhor mas aquelas despedidas, almoços, piadas… bom, pelo menos sei que fiz um bom trabalho e fui uma boa companheira de trabalho. Eles sabem que podem contar comigo e eu com eles. Mas, estou trocando de empresa. Denovo. Mas este post está meio palha, não vale a pena misturar os assuntos. Vou escrever sobre isto depois 🙂

Developers, developers, developers, developers…

Update: aos mais distraídos ou ansiosos, observe a data. Análise das reações neste outro post.

Há algumas semanas, alguns amigos me perguntaram se era verdade que eu havia sido contratada pela Microsoft. Sempre diziam que haviam ouvido falar de pessoas de confiança, mesmo que estas houvessem pedido sigilo sobre seus nomes, acrescentando que poderiam espalhar se quisessem. Fiquei surpresa que como poderiam obter tal informação, provavelmente teriam contatos dentro da própria Microsoft.

Tive que negar pois seria extremamente deselegante com a compania anterior, na qual estava cumprindo aviso prévio, a EDS. Mas agora, posso contar a verdade: estou mudando de trabalho. Sexta feira foi o último dia, e irei começar prontamente na empresa do Tio Bill. Como aconteceu? Primeiro, eu vi o quanto eles valorizam seus colaboradores:

E fui tomada por uma crise existencial. Exatamente no mesmo dia, recebi um mail oferecendo uma oportunidade de trabalho no grupo de Interoperabilidade e Laboratório Open Source no Brasil. Afinal, vou poder continuar mexendo com linux, porém aproveitar de todos os recursos de videoconferencia e infinitos emoticons disponíveis no MSN, pensei comigo. Depois do processo seletivo, devo dizer que fiquei feliz com os valores, porém quero deixar claro que isto não foi o mais importante, o mais importante mesmo é promover o Software Livre.

E minha primeira incumbência será no FISL 2007. Vou ali pesquisar oportunidades de cooperação e captação de pessoas, bem como tentar identificar porque a comunidade se mostra refratária a campanha desinteressada e sincera da MS em aproximar-se e dialogar. Também serei responsável pelo desenvolvimento do Windows Women, pois estatísticas recentes mostraram à empresa, sempre preocupada com a inclusão digital, que menos de 5% dos programadores .NET são mulheres. Alias, para melhorar este quadro, eu mesma irei passar por um treinamento intensivo na próxima semana. Depois penso em reformular este blog. Espero que gostem!