Sula 3.0

Hoje é dia de lançamento de nova versão. Desta vez, atualizar o número maior. Enfim, definitivamente, sou uma balzaquiana. O que é estranho que desde meus 28 eu já me sentia assim, as idéias já correspondiam mais ao que dizem das mulheres de 30, e eu me identificava e até ansiava por este dia.

Crise existencial? Ainda não, embora bastante consciente da nova idade. A pressão é muito maior de fora, todas as que já passaram por esta data tentam me convencer que eu vou entrar em crise e que o relógio biológico vai bater e eu vou me descobrir desesperada para ter filhos. A idéia me é extremamente alienígena. E não entendo porque deveria ter crise. Minha mãe entrou em crise, e embora jurasse aos 32 que a vida havia acabado para ela, continua firme, forte e namoradeira mais algumas décadas depois. Mas quando ela cresceu, as pessoas não passavam muito dos 40. Agora vamos pelo menos até 60, quando se aposentam. Ou seja, incomodada ficava a sua avó 🙂 (essa só quem >=30 vai lembrar…)

Meus 20 anos foram riquíssimos. Minha personalidade curiosa e meus hormônios sempre a flor da pele me proporcionaram céus e infernos dantescos. Sinto falta de algo? Não consigo pensar em nada. Cada tempo tem sua idade, eu aproveitei o meu, é hora de seguir em frente. Nada de ficar tentando parar o tempo, eu não trocaria nada por substituir as incertezas por idéias mais claras, idéias estas não tem nenhum problema em se admitirem desatualizadas e mudarem. Tão bom não ter nada mais que provar, não ter necessidade de sempre se explicar sempre, de fazer perfeito sempre. É libertador reconhecer que meu tempo e minha energia são valiosos, e não mais desperdiça-los com qualquer coisa ou qualquer um. Reconhecer que não adianta querer ajudar quem não quer ser ajudado, que não adianta querer convencer quem não quer ser convencido, e explicar para quem não quer entender. Eu posso, se você acha que não, problema seu, tô indo, até mais ver. E mais ainda, não fingir que eu não sou.

Entre meus presentes para mim mesma, A Mulher de Trinta Anos, de Honoré de Balzac. Várias frases fantásticas, massageando o ego. Não vou transcrevê-las porque certamente seriam mal interpretadas. Mas se você quer saber, busque o texto, vale a pena. O texto não é indicado para aquelas que ao chegarem aos 30 mentem a idade, que acreditam que devem casar com o primeiro que aparecer ou de repente têm a idéia fixa de que precisam ter o primeiro filho já. Talvez até seja, ajuda a dar um banho de realidade. A realidade não precisa ser igual para todas e sem filhos. Mas que eles sejam uma vontade de verdade, não uma atualização perante a lista de exigências dos outros.

O mais importante na vida é pensar no que eu quero. E no momento, o que eu quero é planejar a proxima semana, apenas. Talvez pensar no próximo ano. Mas aproveitar o dia de hoje, sempre.

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