Dá pra parcelar em um milhão de vezes…

Vendo o Globo Reporter sobre compulsão, lembrei de quantas vezes eu paro e fico pensando se um produto que eu me interessei realmente vale o preço, quando o artigo é um pouco caro ou caro mesmo. Geralmente começo a pensar se o produto realmente tem a qualidade que diz ter ou é só marca, se está bem costurado, se o material é de qualidade, quantas vezes eu vou realmente usar aquilo, eu realmente preciso ou é só empolgação. Porém diante da minha cara pensativa analisando e virando o produto nas mãos, pensando no que eu já comprei este mês, o(a) vendedor(a) em 99% das vezes – não digo 100% pq não mantive uma contagem, mas não lembro uma vez que não tenham sido assim – diz que “dá pra parcelar em não sei quantas vezes, fica baratinho”. Isto quando não vão além, e sem eu perguntar nada, sacam a calculadora e calculam a parcela mensal. E realmente, pensando no valor mensal, parece pequeno né? Então geralmente eu digo que não é este o problema, que o produto ainda custa X no fim e eu estou pensando se vou realmente usar.

Daí lembrei do caso mais legal, que eu estava pensando muito bem em comprar uma peça realmente cara, mas que eu tinha adorado. E até hoje não me arrependi, mas foi uma pequena extravagância. E eu queria que a vendedora parasse de falar e me deixasse pensar, e ela não parava, falando de quantas vezes dava pra fazer, que não ia ficar pesado, que tinha ficado ótimo… até que eu cansei e falei “eu sei disto, o problema não é a parcela, é o valor final, porque não estou comprando isto com o dinheiro do meu marido, é meu dinheiro e eu sei o quanto me custa ganhá-lo”. Não foi o suficiente para ela parar de falar, mas pelo menos ela começou a enfocar na exclusividade e material da peça, até na cor que havia combinado com meu tom de pele. Mas ela entendeu o recado.

Então se eu tenho um conselho pra dar, é este. Lembre-se do quanto custa ganhar seu dinheiro. Mesmo que você adore seu trabalho como eu, lembre-se dos dias que teve que acordar cedo ou dormir muito tarde, das reuniões, das pressões de prazos, dos relatorios, dos bugs insolúveis… também é legal fazer a conta de quanto você ganha por dia e por hora, e na hora de comprar algo, pensar em quanto tempo você teve de trabalhar para aquilo. Se você resolver comprar, vai se sentir ainda melhor por saber que foi seu esforço, sua decisão e que você se permitiu. Assim vai curtir ainda mais o que comprar 🙂

Saving the Planet??????

“We are so self important, so self important… Planet is here for 4.5 billion years, and it will still be here for long time. Planet isn’t going anywhere… we are! Planet will be here for a long long long long time after we’re gone…”

So, let’s be honest and say it as it is: how to avoid humans to be extincted faster than we should. Planet will freeze again sometime in the future, we are just accelerating. Maybe if people recognize that, “green” behavior may be more effective.

All I really want

Do I stress you out?
My sweater is on backwards and inside out
And you say: “how appropriate!”

I don’t want to dissect everything today
I don’t mean to pick you apart, you see
But I can’t help it

And there I go, jumping before the gun-shot has gone off
Slap me with a splintered ruler
And it would knock me to the floor if I wasn’t there already
If only I could hunt the hunter

And all I really want is some patience
A way to calm the angry voice
And all I really want is deliverance

Do I wear you out?
You must wonder why I’m relentless and all strung out
I’m consumed by the chill of solitary

I’m like Estella
I like to reel it in and then spit it out
I’m frustrated by your apathy

And I am frightened by the corrupted ways of this land
If only I could meet the Maker
And I am fascinated by the spiritual man
I am humbled by his humble nature

And what I wouldn’t give to find a soulmate
Someone else to catch this drift
And what I wouldn’t give to meet a kindred

Enough about me
Let’s talk about you for a minute
Enough about you
Let’s talk about life for a while
The conflicts, the craziness
And the sound of pretenses falling
All around, all around

Why am I so petrified of silence?
Here, can you handle this?
Did you think about your bills, your ex, your deadlines?
Or when you think you’re gonna die?
Or did you long for the next distraction?

And all I need now is intellectual intercourse
A soul to dig the hole much deeper
And I have no concept of time, other than it is flying
If only I could kill the killer

And all I really want is some peace, man
A place to find a common ground
And all I really want is a wave-length

And all I really want is some comfort
A way to get my hands untied
And all I really want is some justice

Jagged Little Pill, eterno…

Muy amigos

Hoje encerrei mais uma “amizade”. Me peguei pensando em como as pessoas conseguem ouvir apenas o que elas querem ouvir, e pensando perplexa como um argumento “eu não gostei do que você fez” se transforma em “você é a dollares, passando de carro enquanto pobres batem na janela”. E logo me passou pela cabeça que é bem feito pra mim. Não era a primeira vez que esta pessoa pisava na bola, nem a segunda nem a terceira. Então estava pensando em como a gente acaba se envolvendo em relacionamentos abusivos também com amigos, onde a gente não tem coragem de botar um ponto final, e porque.

Medo de ficar sozinha aqui não se encaixa, a não ser alguém que tenha um único amigo no mundo inteiro, o que já é bizarro o suficiente. Mas para quem valoriza amizade acima de muitas coisas, eu sempre fico pensando que não pode ser, deve ser minha culpa, não devem ter me entendido direito. Só que amizade deveria significar “eu conheço você, eu sei das suas qualidades e defeitos e confio em você”. Então porque existem “amigos” que periodicamente querem que você prove que não é uma pessoa de mal carater? Que se você mudou de emprego, talvez esteja passando por um periodo de adaptação e sem tempo para ficar no messanger. Que se você está progredindo financeiramente, um amigo de verdade ficaria feliz, não exigindo provas de que você não está ficando interesseira. Claro, a velha cultura brasileira de que ninguém pode progredir financeiramente sem ser uma má pessoa, sem se tornar esnobe. Bom, cada um julga os outros por si mesmo, e espelha nos outros as próprias frustrações…

Periodicamente eu passo por uma situação destas. Acho que a mais antiga que eu posso lembrar agora foi quando entrei na universidade. Alguns meses antes, minha melhor amiga começou um namoro e seguindo a regra básica de muitas mulheres, começou arrumar desculpas para não sair comigo. Virou patricinha também, e as conversas se resumiam a marcas de roupas que tinha comprado, o nome dos barzinhos que tinham ido, bla bla bla. E bom, como eu não comprava – e não compro – roupas por causa da marca, eu não me encaixava no novo mundo. Então um dia enchi o saco, mas ao invés de falar porque, comecei a evitar. Pouco tempo depois, vestibular, e novos habitos, aulas, universidade durante todo o dia, fim do colegio, obviamente minha turma começou a mudar. E resultado, eu era a nojenta que ficou metida depois de entrar pra universidade.

Eu não gosto de fazer sempre a mesma coisa. Então como epocas de mudança vem sempre em vários aspectos da vida, eu um dia cansei de fazer o mesmo programa toda santa sexta feira, eu comecei num novo emprego, um novo namoro. E um casal de “amigos” – que já estava incomodando com as brincadeiras e insinuações – mas ao invés de eu dizer que me incomodava, eu comecei a evitar. E eu achei que tinha o direito de fazer outras coisas com minhas sextas feiras ao invés de ter que provar que eu ainda era uma boa pessoa indo ao mesmo bar como sempre. E como isto foi interpretado? Com a desculpa patética de que eu gostava mais dos meus amigos quando eles tinham um carro que eu tinha andado duas vezes… onde é que eu arrumo estes amigos????? E o pior, um dos ultimos contatos foi para tentar indicar um deles para um emprego. Que pessoa horrorosa que eu sou…

E agora mais um, que adora fazer analises psicologicas de todo mundo, porque como é ator, sabe tudo sobre todos, porque a linguagem do corpo fala – até pelo messenger aparentemente se pode ler a linguagem corporal – pela enésima vez vem fazer analises de botequim. Da penultima vez q eu dei ouvidos à criatura, eu tinha acabado de chegar nos EUA, o que tinha levado 14hs de voo, mais duas de conexão, duas de espera no aeroporto, mais uma hora até o local do evento. Depois de desfazer a mala, louca por um banho, eu caio na besteira de abrir o computador para responder mails antes de desligar tudo, telefone, me recuperar da viagem e do jet lag. E lá vem a criatura, e eu burra penso “eu posso adiar meus planos 15min para dar atenção, faz tempo que não falo com ele”. E por que eu mencionei que ultimamente tinha saído um pouco da minha casca e conversado mais aleatoriamente com pessoas na rua, no elevador ou no taxi, lá vem a analise de botequim: alguma bullshit sobre jornada do heroi, que agora estava querendo manipular as pessoas e ‘reje-las'(sic). Mandei a merda e fui tomar meu banho e dormir. Depois de alguns meses, aquilo ainda ficou por muito tempo engasgado, porém fiquei esperando um momento melhor para ter tempo e explicar direito que não gostei. Só que não conseguia falar com a pessoa, aquilo ainda engasgado, e o pior é que de vez em quando lá vinha a analise feita tipo horoscopo de jornal de bairro. Daih finalmente esta noite resolvi que não ia ter nada de melhor momento, e falei tudo. Obviamente, da maneira mais direta e dura possivel, pq depois de tanto tempo, óbvio que saiu tudo da pior maneira. Só que aí você vê as verdadeiras cores das pessoas. Eu sempre achei que amigos de verdade você só conhece mesmo depois do primeiro arranca rabo, mas já não sei mais. De repente o que eu falei sobre ter deixado de lado meu proprio cansaço e conforto para dar atenção a figura, se tornou em algumas frases incoerentes – e em péssimo portugues, btw – sobre sucesso financeiro, passando no carro enquanto os pobres batem na janela do carro, senhora dollares – dor + dolares. Uh? Quer saber, eu estou progredindo financeiramente sim, eu trabalhei duro e mereço ser recompensada. E daí? o que tem a ver com o assunto? Meu sucesso te incomoda? Não precisa fofo, eu trabalho muito, mato vários leões por dia, se quiser pode fazer isto também. Se você não quer passar todo este trabalho, então não se sinta incomodado com o fato de que eu viajo sim bastante, e cuido de mim.

De vez em quando eu passo por estas situações, e acho que elas se repetem porque eu fico achando que entendi errado, que eu tenho que me acalmar e esperar o momento certo de conversar com a pessoa. Eu ainda tenho que aprender a falar na hora em que a merda acontece, e depois que a pessoa vem querer fazer de conta que nada aconteceu – nada típico dos homens – saber que se eu fingir que nada aconteceu, mais pra frente isto vai sair atropelando e sair muito pior do que a encomenda.

Mas quer saber, ainda que estes desabafos e acertos de contas tenham saído mal calculados, atropelados e com mais raiva do que deveriam, no fim tudo acabou como deveria. Eu não preciso de amigos que exigem que eu esteja periodicamente prestando contas das minhas intenções e carater. Eu até posso me explicar uma vez, duas se for alguém muito importante. Amigos de verdade podem precisar de desculpas quando numa briga a gente se excede, mas além de saberem admitir seus proprios erros e pedirem desculpas também, não precisam questionar seu caráter.

O que me lembra que tenho que chamar um ou dois para uma conversa antes que vire uma bola de neve… 🙂

Art of War – Attack by Stratagem

If you know the enemy and know yourself, you need not fear the result of a hundred battles. If you know yourself but not the enemy, for every victory gained you will also suffer a defeat. If you know neither the enemy nor yourself, you will succumb in every battle.

A Arte da Guerra – Estratégia ofensiva

Se conheces os demais e te conheces a ti mesmo, nem em cem batalhas correrás perigo; se não conheces os demais, porém te conheces a ti mesmo, perderás uma batalha e ganharás outra; se não conheces a os demais nem te conheces a ti mesmo, correrás perigo em cada batalha.

Personal Jesus by MM

Reach out and touch faith

Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who cares

Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who´s there

Feeling unknown
And you´re all alone
Flesh and bone
By the telephone
Lift up the receiver
I´ll make you a believer

Take second best
Put me to the test
Things on your chest
You need to confess
I will deliver
You know i´m a forgiver

Reach out and touch faith
Reach out and touch faith
Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who cares

Your own personal jesus
Someone to hear your prayers
Someone who´s there…

Tropa de Elite

Assunto velho, realmente, mas só vi o tão falado filme Tropa de Elite ontem, quando passou na TV a cabo. Eu não assisti enquanto estava nos cinemas, e nem sei se já está disponível em DVD… ah, está sim. Na época pensei procurar na internet, mas vi uma entrevista do Wagner Moura*(cujo nome do meio é Maniçoba, ao que parece) onde ele demonstrava seu desagrado por isto, então por respeito a ele esperei que saíssem em DVD ou na Tv. E assisti ontem.

É um filme pesado, daqueles que deveria fazer todo mundo pensar. Porém, como um reflexo da nossa péssima educação, o povo não sabe interpretar textos, não passa além da linha 2. A discussão toda que vi depois do filme era ou de apoio ao BOPE, personalizado no Capitão Nascimento, ou de crítica a polícia em geral. E eu achei que isto era resumir muito o filme, que na minha opinião queria jogar na cara de todo mundo que todo mundo tem culpa nesta baderna generalizada chamada Brasil.

Os que celebram o Capitão Nascimento me parecem adeptos do “bandido bom é bandido morto”. Só que o filme retrata bem que ele é só uma peça em um grande quebra-cabeças. O quadro geral é formado por gente de classe média e/ou alta que compra drogas – e nem adianta vir com papo de legalizar a maconha, porque não é só de maconha que vive o tráfico – e depois se acha muito dono da verdade para criticar a polícia. Teve uma frase do Capitão Nascimento que eu até gostei: “a gente vem aqui consertar as merdas que vocês provocam.” Tem culpa também a polícia corrupta, os políticos que advogam em causa própria – do coronel ao deputado, do guarda que recebe suborno pra não multar ao presidente cujo churrasqueiro levava quase dois milhões de reais sem fonte identificada – eu sempre digo que eu só tenho um preconceito, que não é de raça, nem religião nem orientação sexual, é com político mesmo, pra mim nenhum presta e ponto. Roubar pouco, roubar muito, rouba mas faz, pra mim é tudo a mesma merda. Aprovação de 70%? Sei, e o coelhinho da Páscoa tá vindo aí.

Eu me distraio divagando, mas a questão é esta, a culpa é de todo mundo. A culpa é também do povo que vota nestes políticos por causa de cesta básica, bolsa esmola, promessa de cargo, ou quem promete mais. A culpa é minha, que ajudei a eleger o Lula no primeiro mandato. A culpa é da mídia, que está tão interessada em vender que apregoa que seu valor está atrelado à marca do jeans, do tênis, do relógio, do carro – então se o objetivo final é este, muitos não se importam com os meios para conseguir, afinal honestidade não está na moda. A culpa também é nossa por sermos covardes, porque tá aí uma coisa que tanto traficantes quanto a polícia de elite não são. Traficante sabe que vai morrer cedo. Uma vez eu li que a expectativa de vida de traficantes era de 30 anos. Acho que daí vem o pouco valor a vida humana: se ele sabe que está arriscando a própria vida e que vai morrer cedo, deve realmente dar pouco valor a dos outros, principalmente àqueles que não conhece. E os policiais, não só de elite, sabem que também podem não voltar para casa a noite, então antes os outros que ele – este até pode valorizar um pouco mais a própria vida, mas como geralmente é “mato ou morro”, valorizam pouco a de quem está do outro lado. E quem vier me contar que já foi parado injustamente e agressivamente por alguma blitz, por favor, pare de olhar pro próprio umbigo.

Mas a culpa também está nesta discriminação de quem é pobre ou favelado, da parte de quem se acha melhor porque simplesmente tem mais dinheiro. Eu já fui muito pobre, pobre pobre de ma ré de ci. De nascer e me criar em casa de madeira, de trabalhar de qualquer coisa, de balconista, vendedora de filtro de água, de recepcionista, até de domestica – que não durou nada nada, sou péssima nisto. Isto tudo antes de entrar para universidade – sem cursinho, o que foi uma surpresa até para mim, pois apesar de ser uma das melhores estudantes, meu colégio enfrentou mais de dois meses de greve quando eu fazia o terceirão. Isto já fazem 12 anos, e com muito trabalho, dedicação e deglutição de batráqueos, estou aqui. Hoje em dia posso pagar a faxineira para fazer o trabalho doméstico que eu detesto. E aí estes tempos li uma coisa que me fez pensar mais um pouco na parte que a culpa também era minha: você paga o que pode ou é justo a sua faxineira, ou também explora? Eu pagava o preço que todo mundo pagava, sem pensar muito. Mas como minha faxineira era realmente excelente, e eu confiava nela, dei um aumentinho, que não ia pesar para mim e faria alguma diferença para ela.

Por ter passado por todas estas esferas, me custa muito entender esta coisa de gente que se acha melhor do que os que tem menos dinheiro simplesmente por isto. Claro, existe sim muita gente que é pobre porque não quer trabalhar, não quer estudar, não quer ter todo o trabalho de investir. Quem fez ou faz faculdade e trabalha sabe o perrengue que é, não tem tempo nem dinheiro pra nada, não é pra qualquer um estar ali quatro ou cinco anos. Universidade também é uma preparação para a vida, onde você não não tem tudo o que quer na hora em que quer, é uma prova de resistência. Eu por um lado fui afortunada por nascer em um estado onde as chances são maiores, apesar de público meu colégio de segundo grau era um bom colégio, apesar de federal a Universidade que eu prestei vestibular tinha um número de candidatos/vaga menor do que São Paulo, por exemplo. Porém ter chance não necessariamente significa que alguém vai se dar bem na vida, como muitos amigos de adolescência que preferiram outros caminhos, como muitos colegas de universidade que se duvidar ainda estão lá, como meus irmãos que ainda estão patinando na vida. Por isto que eu acredito que chance todo mundo tem, acredito mesmo. Só que nem todo mundo está disposto a pagar o preço para aproveitar estas chances. Quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma uma desculpa.

No começo de fevereiro explodiu uma confusão na Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, e uma das mais simbólicas por estar no meio do Morumbi. Comprei a Veja aquela semana, que vem com a Veja SP, e a capa era de assustar, um carro da tropa de Choque passando por cima de alguma barreira pegando fogo. Porém a matéria me surpreendeu. O enfoque da matéria, apesar da capa, era mostrar que existem outras realidades ali dentro da favela. Das 80mil pessoas que moram ali, 78% delas tem emprego fixo ali mesmo no Morumbi. A loja das Casas Bahia ali dentro fatura 1 milhão de reais por mês, contra 700 mil de pontos como do shopping West Plaza. Um dos hospitais mais famosos do Brasil, o Albert Einstein tem programa de voluntários que no ano passado realizou 300mil atendimentos, onde “são recebidos em um complexo de 4 500 metros quadrados, com ambulatório médico, salas de fisioterapia e fonoaudiologia, biblioteca, brinquedoteca, auditório e quadra poliesportiva”. Recomendo a leitura da matéria.

É claro que existe bandidos nas favelas, mas existem também nos condomínios. É claro que São Paulo também tem tiroteio, chacina, roubos, assim como no Rio e em todo lugar. Mas assim como a culpa desta zona toda é dividida por todo mundo, a responsabilidade pode ser também. E aí fica só um pouco para cada um fazer.

*Alias, este parece um dos casos que o talento de um ator vira maldição para ele. Ele fez o papel tão bem que ganhou a simpatia de boa parte do público. Eu confesso que sempre gostei de vilões, não sei muito bem porque. Talvez porque os vilões retratem o lado sombrio que todos nós temos, porém a maioria não aceita e não admite. Talvez porque os vilões que eu admire tem sua história contada. Eu me emocionei com as lágrimas de Anakin matando geral para matar também seu lado bom e ir para o lado negro da força, esperando poder salvar sua amada. Eu concordo com a ovação para o Joker de Heath Ledger, provocando o caos e testando os limites de todos(além do que aquela cena dele saindo do hospital vestido de enfermeira, parando para ver porque o ultimo prédio ainda não explodiu é simplesmente genial). Então eu confesso a minha simpatia ao Capitão Nascimento, mas como vilão. O próprioWagner Moura não concorda com nada do Capitão Nascimento, e se nota a frustração dele pela simpatia do público. Simpatia esta que surgiu provavelmente da falta de heróis, da falta de perspectiva, da vontade de vingança. Porém pense, um herói que manda matar alguém que não tinha nada que ver com a história e ainda diz “bota na conta do Papa”, não é bem um herói né…